domingo, 5 de julho de 2009

Entrevista com o Téc. Agr. Milton Araújo


Entrevista com o Téc. Agr. Milton Araújo, primeiro presidente da APTA-RN, fundador do SINTARN – Sindicatos dos Técnicos Agrícolas. Durante o XXII Encontro Nacional dos Técnicos Agrícolas, em Natal-RN, recebeu o Prêmio Técnico Agrícola da FENATA .
SINTARN – Fale-nos um pouco de sua origem:
Milton Araújo – Nasci em Parelhas-RN, mas cresci na Fazenda Ingá, em São Tomé-RN, minha segunda terra natal, e recentemente recebi o título de cidadão riofoguense.
SINTARN – Como foi o começo do Movimento no Rio Grande do Norte?
Milton Araújo – Entre 1882 e 1983 eu estava instalando a cidade hortigranjeira, em Nizia Floresta-RN, e recebi uma ligação do nosso saudoso Severino Carlos e de Dinarte, para participar de uma segunda ou terceira reunião do Movimento. Tinha passado no Estado o Téc. Agr. Mario Limberger, presidente da FENATA, motivando os técnicos agrícolas a se organizarem numa associação. Numa primeira reunião Severino foi eleito presidente da Comissão pró-Fundação, era ele quem encaminhava toda a documentação, naquela época se reunia cerca de 20 a 30 colegas e eu comecei a observar como funcionava.
SINTARN- Como era a atuação do colega Severino Carlos na APTA-RN?
Milton Araújo – Na primeira reunião eu fui um pouco apreensivo sem saber detalhes, chegando lá encontrei Severino, era entusiasta, ligava para os técnicos convidando para as atividades, e com o falecimento dele o Movimento sentiu muito porque ele sempre estava presente em todas os momentos.
SINTARN - E o Sr. participou da fundação da APTA-RN?
Milton Araújo – Em 1985 houve a fundação oficial da APTA-RN eu fui eleito presidente e Severino Vice-presidente, depois veio o falecimento dele que para nós foi uma grande perda porque era um braço direito do Movimento. Durante meu mandato conseguimos fazer alguma coisa em prol da nossa classe como a criação de 12 regionais, e sempre havia motivação, conseguimos na EMATER-RN o desconto em folha, aluguel de sede, entre outras coisas.
SINTARN – E como foi o seu segundo mandato?
Milton Araújo – Foi difícil, por uma questão de saúde minha ficou em estado latente, porque o Vice-presidente, Raimundo Nonato morava em Assu-RN tornando difícil o trabalho, ficando por mais de uma década tudo parado.


SINTARN- Então vem a refundação?
Milton Araújo – Quando foi reativado em 2004 transformamos a APTA-RN na ATARN – Associação dos Técnicos Agrícolas do Estado do Rio Grande do Norte, e depois o SINTARN que hoje está entregue ao colega Gustavo José que não tem nos surpreendido pois está fazendo um excelente trabalho.
SINTARN – O que lhe motivou a participar do Movimento?
Milton – Eu nasci e fui criado numa fazenda de mais de 500 moradores, e isso me despertou o interesse de ser técnico agrícola. Eu e meu irmão fomos estudar no Colégio Agrícola de Jundiaí, e até hoje eu respiro a agricultura apesar da idade, não consigo me desvincular, e pronto a ajudar a classe.
SINTARN – O que diferencia o técnico agrícola de outros profissionais de ciências agrárias?
Milton Araújo – Nos vivemos num país em que a área agrícola é um celeiro de produção, mas não temos uma política agrícola definida, mas hoje a pessoa que já tem no sangue a agricultura que quer ingressar na nossa profissão tem vários caminhos, e varias dificuldades, mesmo tendo um sindicato atuante. Enquanto temos por Lei a obrigação de estarmos vinculados ao CREA que sempre tem sido nosso inimigo, e tenta derrubar nossas conquistas alcançadas com tanta dificuldade, teremos problemas.
SINTARN – Que mensagem o Senhor deixaria para os jovens que desejam ingressar na nossa profissão?
Milton Araújo – Se ele tiver aptidão para agricultura ingresse, apesar das dificuldades vale a pena ser técnico agrícola.
SINTARN – Qual o sentimento de ter recebido em 2008 o Prêmio Técnico Agrícola da FENATA?
Milton Araújo - Depois da minha família é o que eu tenho de mais sagrado.

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